O vice-reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Rui Vicente Oppermann, garantiu a instalação do Campus Serra. Em reunião da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne) com a reitoria, realizada na tarde desta sexta-feira, dia 7, em Nova Roma do Sul, Oppermann afirmou que a questão da localização não é mais entrave no processo de concretização e que, agora, a Universidade está com o projeto em andamento.
O anfitrião, Marino Antônio Testolin, salientou a importância da vinda para cessar a saída dos jovens do campo para as grandes cidades. “Os jovens acabam indo para as cidades maiores em busca de oportunidades, por isso, temos que transformar esses jovens em empreendedores que enxerguem no meio rural uma chance de crescimento”.
O presidente da Amesne, Diogo Siqueira, falou da necessidade de uma união regional entre os municípios. “O campus da UFRGS é um assunto que interessa a todos os prefeitos, que batalharão para que se torne realidade. Os prefeitos da Amesne veem um regionalismo na Serra Gaúcha e isso facilita o trabalho de todos nós para que essa instalação não seja uma batalha, mas que venha para a região da Associação. Todos nós sairemos ganhando com a vinda de uma instituição gratuita e de qualidade”.
Em sua fala, o vice-reitor disse que “a construção da UFRGS tem muitas mãos, cabeças e vontade e tem que ser construída de maneira coletiva”. Oppermann afirmou que a Universidade está comprometida com a expansão, seja pela inclusão de novos cursos ou extensão geográfica e que é de interesse da instituição essa expansão.
Foi revelado que a UFRGS já pensa em um modelo de campus diferente do idealizado inicialmente. Segundo o vice-reitor, a ideia é colocar uma estrutura com cursos de graduação, pós-graduação lato sensu e stricto sensu, projetos de pesquisa, investindo na inovação, tecnologia e na proposta socioeconômica diferente da manufatureira.
Respondendo aos questionamentos dos gestores sobre a localização do campus, Oppermann disse que ele será em uma área central e acessível a todos para que seja um produto de desenvolvimento como um todo. Ele ainda destacou que o projeto do trem regional entre Bento Gonçalves e Caxias do Sul influenciará a decisão da instituição. Também ressalvou que não coabitará com nenhum “ente privado”.
Conforme Oppermann, a primeira etapa, que é a abordagem comunitária, já foi vencida. Agora, a Universidade está em um processo interno, em que o projeto é discutido na instituição levando em consideração todas as informações e deliberações obtidas na fase anterior. Sobre as áreas de ensino que serão compreendidas, o vice-reitor comunicou que a Universidade investirá no potencial da região, dando atenção para setores como Mecânica, Informática e Biologia no sentido de genética e biologia molecular.
Oppermann garantiu a instalação, mas destacou que é um projeto que exige tempo, pois será sofisticado e exige planejamento e recursos financeiros. Ele ainda ressaltou a importância da Amesne na discussão. “Entendemos que com a Amesne nós temos uma interlocução com a região”. O vice-reitor também confirmou que a Associação será a primeira a ver o projeto pronto.
Oppermann ressaltou o crescimento anual da região, 18% conforme dados da Fundação de Economia e Estatística, e assegurou que a UFRGS virá para ajudar a alavancar ainda mais esse índice.
Estiveram presentes na reunião os deputados estaduais Marisa Formolo (PT) e Vinicius Ribeiro (PDT), o secretário-executivo do Corede Serra, José Antônio Adamoli, e o presidente da CICS Serra, Ademar Petry.
O próximo encontro da Associação acontece em julho, em Fagundes Varela.