Um excelente quórum de prefeitos que fazem parte da Associação dos Municípios da Encosta Superior do Nordeste (Amesne) esteve reunido na Câmara de Vereadores de Paraí, na tarde da última sexta-feira (10), para participar da tradicional Assembleia Mensal da entidade.
Logo no início do encontro, o analista pesquisador da Fundação de Economia e Estatística (FEE), Vanclei Zanin, fez uma apresentação sobre a economia gaúcha no contexto nacional, abordando questões climáticas, dependência externa e contexto industrial, além dos desafios para os próximos anos referentes a questões demográficas e previdenciárias. A explanação prendeu a atenção dos participantes por cerca de uma hora, com gráficos e dados reais e estatísticos.
Zanin falou sobre o crescimento industrial, a falta de mão-de-obra, a diminuição do tamanho das famílias e outras questões que estão afetando a economia, fazendo com que muitos gaúchos procurem outros estados para investir e fazendo também com que muitos migrantes procurem o Estado em busca de uma vida melhor. “Temos pouca gente, taxa de natalidade baixa e a mão-de-obra está buscando oportunidades, e acabam, em grande medida, chegando à nossa região. O cenário que se desenha para o Estado não é o mesmo que para a Serra Gaúcha. Temos uma grande migração do oeste para o leste do Estado, além disso, o Rio Grande do Sul está com dificuldades na capacidade de investimento. E, para completar, se o Brasil vai bem, nossa indústria vai bem; se as condições climáticas nos ajudam, a agricultura vai bem. É desta forma que dependemos dos outros para vivermos em boas condições. Um setor com grande potencialidade para a Região Serrana é o de turismo. Neste aspecto a questão cultural deve ser incentivada o que pode dinamizar o turismo, muito importante para o desenvolvimento regional”, enfatizou o palestrante.
Outro assunto debatido no encontro foi a questão da acessibilidade e da inclusão das pessoas com deficiência no mercado de trabalho. O tema foi abordado pela coordenadora de Direitos da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas com Deficiência e Altas Habilidades no Rio Grande do Sul (Faders), Jaqueline Rosa. A palestrante abortou a acessibilidade nos espaços públicos para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida (idosos, grávidas, entre outros).
Jaqueline enfatizou que os trabalhos que até 2014 eram desenvolvidos com os Coredes, neste ano passaram a ser realizados em conjunto com as Associações de Municípios. A coordenadora divulgou e convidou os gestores municipais a participarem do Fórum Regional da Política Pública para Pessoas com Deficiência e Pessoas com Altas Habilidades, que será realizado dia 05 de agosto, em Bento Gonçalves. Na oportunidade haverá um espaço para troca de experiências e apresentação das realidades dos municípios.
Comissão para Estudos de Regras
Na segunda parte da reunião, o coordenador da Comissão para Estudos de Regras da Amesne, prefeito de Montauri, Marcelo Boff e os prefeitos de Nova Araçá, Aícaro Umberto Ferrari e de Fagundes Varela, Jean Fernando Sottili, que fazem parte da Comissão, apresentaram o trabalho desenvolvido em conjunto com o Corede/Serra sobre a destinação dos restos de carcaças de animais.
“O número é assustador. O volume mensal de toneladas de carcaças de animais recolhidos está em torno de 80, somente nos cinco municípios em que é feito o trabalho: Montauri e Casca, da área de abrangência da Amesne, além de Nova Alvorada, Camargo e Vila Maria. A partir de julho também será contabilizado o recolhimento no município de Paraí”, ressaltou Boff.
O Prefeito apresentou quatro proposições a serem votadas pelo grande grupo a fim de definir o que deverá ser feito para regulamentar a coleta, o transporte e o processamento das carcaças:
- Criação de um Conselho Ambiental Regional
- Realizar em paralelo com as reuniões dos prefeitos da Amesne um encontro com secretários municipais da Agricultura e Meio Ambiente
- Formalizar um ofício da Amesne para a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, Secretaria Estadual da Agricultura para o Departamento de Defesa Agropecuária – Divisão de Defesa Sanitária Animal, a fim de criar uma normativa que regulamente o funcionamento de empresas que recolhem e fracionam animais mortos e transporte dos mesmos
- Efetuar o levantamento de dados através da Secretaria da Agricultura e Obras, no que diz espeito à quantidade de animais enterrados e lançados ao ar livre, além do custo médio para enterrar os animais.
“Creio que teremos alguns problemas no que diz respeito à questão sanitária, principalmente no tocante ao transporte. Por este motivo precisamos do apoio da região para que possamos discutir junto a outras entidades a construção de uma minuta que regulamente toda esta logística”, disse.
Ainda conforme Boff, “não temos a dimensão exata do que está acontecendo. “É uma realidade escondida, que vai envolver muita discussão, muito trabalho, mas estamos atuando para resolver da melhor forma todas estas questões”, finalizou.
O grupo de prefeitos optou pela criação do Conselho Ambiental Regional – Condima/Amesne, que será formado pelos seguintes componentes, que serão convidados:
- Os três prefeitos que compõem a Comissão para Estudos de Regras
- Um Secretário Municipal da Agricultura e Meio Ambiente da área de abrangência da Amesne, que represente todos os secretários
- Um representante do Corede/Serra
- Um representante da Universidade de Caxias do Sul
- Um representante da Emater/Ascar
- Um representante dos Conselhos Municipais do Meio Ambiente
- Um representante da Regional dos Sindicatos dos Trabalhadores Rurais (Fetag)
BR 470
O prefeito de Veranópolis, Carlos Alberto Spanhol, em nome dos prefeitos que fazem parte da Comissão das BRs da Amesne, formada pelos prefeitos de Garibaldi, Antônio Cettolin; Bento Gonçalves, Guilherme Rech Pasin; Nova Prata, Volnei Minozzo; Vila Flores, Vilmor Carbonera, além do próprio Prefeito de Veranópolis, expôs o porquê do impasse que ronda as melhorias na BR 470. “O trecho que compreende da divisa com Santa Catarina até o quilômetro 152,9, em Nova Prata, é de responsabilidade do Dnit, onde serão investidos R$ 26 milhões na recuperação e conservação da Rodovia. Do quilômetro 152,9 até o quilômetro 210, em Bento Gonçalves (entroncamento com a RS 431), pertence ao Crema/Daer por cinco anos, responsável pela conservação e manutenção. Do quilômetro 210 ao até o 360,7, junto à BR 290, serão investidos R$ 34 milhões do Dnit, igual ao primeiro contrato. Um trecho ainda está sob custódia do Daer, e outro já está sob comando do Dnit. Um detalhe importante é que a Ponte Ernesto Dornelles, que passa sobre o Rio das Antas, também está sob custódia do Dnit. A ordem de serviço para as obras, conforme o Ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues, será assinada no início de agosto”.
Um grupo esteve em Brasília no decorrer da semana para discutir as questões referentes às melhorias e manutenção da rodovia, com o apoio do Ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, e acompanhado do deputado estadual Ronaldo Santini e do presidente da CICS Serra, Edson Morello.
Situação econômica do Estado é discutida em Reunião da Amesne
Tweet | Postado dia 13/07/2015 |
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